Ituiutaba, sábado, 23 de novembro de 2024
Publicado por Vigilante do Povo em 14/05/2020 às 1:11
Por Geiza Ardila
Os vereadores Odeemes Braz e Renato Moura não deixaram por menos as acusações e supostas denúncias de “excesso na cobrança de água” feita pela SAE (Superintendência de Água e Esgoto de Ituiutaba) em desfavor da empresa Frig West (e outras empresas do distrito industrial), citada na semana passada pelo vereador e pré-candidato a prefeito Juninho da Jr, alegando que este foi um dos motivos da empresa transferir-se para Uberlândia.
A segunda-feira passada, dia 11, foi um dessas sessões que ficam registradas na história política. O caso da cobrança da SAE da água consumida pelo Frig West, apresentada por Juninho da Jr, veio por terra com documentos e levantamentos da SAE sobre o consumo da empresa trazidos a público pelo vereador Odeemes Braz, demonstrando uma versão totalmente diferente da apresentada pelo pré-candidato a prefeito. Desmontada a denúncia frágil e inconsistente, iniciaram as provocações pessoais.
Aliás, o vereador Juninho da Jr tem sempre falado em transmissões via internet sobre o que considera como omissão do governo Fued Dib com relação à transferência da empresa. Tem feito do assunto um espiral de falas que considera como “defesa do povo”. É óbvia e ululante a conotação política e eleitoral que o pré-candidato a prefeito tenta impor ao fato da transferência do Frig West, não apresentando o fato principal e, acima de tudo, fundamental que está na base do problema da empresa em Ituiutaba.
Na verdade, o cerne do fim das atividades da Fig West em Ituiutaba se deu por denúncia do Ministério Público sobre a doação do local onde estava instalado o frigorífico, o antigo matadouro municipal. O ato administrativo foi considerado pela Justiça ilegal e condenou a empresa a devolver o espaço ao patrimônio público, além de impor multa, bem como ao ex-prefeito Luiz Pedro, responsável pela negociação na época, condenando-o por improbidade administrativa, multa e cassação dos direitos políticos por 8 anos.
Juninho da Jr parece que namora com as meias verdades e não apresenta, jamais, uma solução para o que consideração erro, omissão ou ausência da “caneta do prefeito”. O pré-candidato está entre a denúncia pela denúncia, não se importando em apresentar saídas para os problemas. Não possui projeto ou medida para mudar quaisquer das supostas denúncias que faz. Deixa escancarada sua atuação como do opositor por oposição pura e simples.
“Estava tão bom sem o senhor aqui. Está achando que é a dono da cidade, mas saiba que aqui somos 17 vereadores e todo mundo pode falar o que bem entender desde que não ofenda ninguém”, afirmou Juninho da Jr, o que não é verdadeiro. Afinal, o vereador não está acima da Lei. Mentir e supor sem documentos também não. “O senhor vive falando em prender e seu passado lhe condena. Eu tenho minha consciência limpa. O senhor juntamente com outro parlamentar é uma vergonha. Preferiu se vender em troca de uma secretaria do que defender o povo. Faltou o senhor estudar mais para ser uma autoridade, um delegado e para querer prender as pessoas”, afirmou.
Odeemes Braz respondeu a Juninho da Jr elencando os problemas judiciais que este último enfrenta na justiça, como o caso de nepotismo movido pelo Ministério Público, por ter nomeado a cunhada como assessora de gabinete na Câmara Municipal. Juninho da Jr afirma que não sabia que era crime tal procedimento.
“Vereador Juninho, o que o senhor faz eu não faço não, mas pode ter certeza se eu fosse delegado o senhor estaria preso há muito tempo. A justiça tarda mas não falha. O senhor está envolvido em esquema de nota fiscal de pessoa que não existe”, expôs o vereador Odeemes Braz. “O meu papel eu fiz, não sou a Justiça, e a documentação disso está na polícia e no Ministério Público. Foi o senhor que afirmou aqui que era R$ 50 mil a dívida com a SAE. Poderia ter dito que errou , que estava equivocado.”
Só que, com o retorno de Odeemes Braz e Renato Moura aos cargos eletivos de vereadores, Jr encontrou resistência dentro da Câmara Municipal. Seus questionamentos e supostas denúncias sempre esbarram nos dois vereadores, que ocupavam secretarias municipais das quais descompatibilizaram para concorrerem nas próximas eleições. Moura e Braz questionam e na maioria das vezes acabam desmentindo o pré-candidato a prefeito Juninho da Jr, que fica acoado e vai para o ataque pessoal. As críticas dos dois ex-secretários são contundentes.
“Fomos nomeados por que a Lei permitiu e todos fomos eleitos da mesma forma. Não gosto de hipocrisia. O senhor se tornou oposição por não conseguir um emprego para o seu sogro, que era um pedido seu antes mesmo de assumir a Câmara. Dizia que não era possível que a prefeitura não arrumasse um contrato de pelo mil reais para seu sogro e ficou muito tempo reclamando isso”, afirmou Renato Moura.
Juninho da Jr não desmentiu nenhuma das afirmações de Moura ou de Braz. Resolveu partir mais uma vez para o ataque pessoal e acusou ambos de trocarem “a defesa do povo por um salário de R$ 15 mil como secretários”. Chamou o governo de Fued Dib de quadrilha e que o prefeito não governa, que a prefeitura tem como chefe Odeemes Braz. Afirmou ainda que o passado de Renato Moura o condenava. Moura disse: “Lave sua boca para falar em meu nome”.
Foi preciso o presidente Francisco Tomaz tomar as rédeas da situação e, tranquilamente, pediu que todos se comportassem e terminassem com “aquele lenga-lenga”, em respeito a todos os presentes e convidados.
Vejam nesta página os vídeos, vale a pena.