Ituiutaba, sábado, 23 de novembro de 2024
Publicado por Vigilante do Povo em 22/06/2020 às 11:15
Por Geiza Ardila
Além de ser um comitê de enfrentamento da maior pandemia enfrentada pela humanidade suspeito de todas maneira, até hoje ninguém consegue entender os motivos pelos quais os boletins são divulgados com os números de mortes e infectados em Ituiutaba sem autoridades sanitárias explicando os dados. Isso dá margem que ninguém quer colocar a cara para explicar os “quadradinhos com números dentro”. Também mudam o boletim ao bel prazer sem explicar também. Aliás, o comitê de enfrentamento da Covid-19 desta cidade suscita muitas dúvidas, a começar por fazer aquilo que é do interesse dos empresários, pois é formada e influenciado por eles.
Não há contato com o público e nada de explicação. As pessoas com Covid-19 tratadas em casa e eles não falam. Atitudes somente na direção de reabrir o comércio. O maior absurdo foi a reabertura das academias. Outra suspeita são os dados. Não dá para acreditar no que apresentam, pois se escondem de explicar.
Sábado passado, dia 20, a cidade estava em clima de final de semana, com centenas de pessoas sem máscaras, jogos de futebol, jovens sem máscara de bicicletas às dezenas seguindo para as quadras de esportes da cidade, todas lotadas.
Enquanto em Uberlândia, a 130 km de Ituiutaba, está prestes a decretar um fechamento total da cidade, aqui nem barreiras sanitárias existem. O contato entre as duas cidades sempre foi intenso. E a irresponsabilidade das autoridades de Ituiutaba assusta. Temos ônibus saindo de Uberaba, parando em Uberlândia e Ituiutaba, com ponto final em Cachoeira Dourada. Não existe uma barreira sanitária e não se sabe da desinfecção dos ônibus. Não se sabe das regras para a quantidade de pessoas por ônibus. Não se sabe nada.
É preciso criar imediatamente as barreiras sanitárias para aferir a temperatura corporal dos usuários e identificar possíveis infecções pelo novo coronavírus. É medida importante a verificação da temperatura corporal dos passageiros dos “caroneiros”, modelo de negócio que existe e cresce há anos aqui, sendo a principal rota a cidade de Uberlândia. E eles fazem a rota diária de ida e volta. Ninguém está preocupado com essa situação.
A doença avança para o interior e até o o governador Romeu Zema estava apavorado com a situação. Ele que no começo comemorava os números da de Minas Gerais, dizendo que o governo fez o dever de casa. Agora bate na cara a gravidade dos casos aumentando e as mortes também.
Em Ituiutaba, não tem jeito. Enquanto for tratado com esse descaso e sem a responsabilidade de um comitê que vise a vida das pessoas e não os negócios, incentivando o negacionismo, ainda poderemos assistir uma tragédia.
As pessoas precisam entender que esse vírus ficará mais de um ano entre nós e com ondas de alta e baixa de contaminação. Temos que aceitar a aprender a viver com esse “novo normal”.