Ituiutaba, sábado, 23 de novembro de 2024
Publicado por Vigilante do Povo em 01/10/2020 às 10:34
Por Geiza Ardila
Mesmo com os números escancarando no rosto de todos os políticos, ninguém se movimenta para se formar uma frente que invista em ofertar ou forçar o governo do prefeito Bolsonaro a criar um plano urgente de geração de emprego e renda. O que se vê é o aumento do puro assistencialismo, ampliando e dando novos aos antigos projetos do PT. Esses tiveram sua função e funcionaram bem na época, mas agora vivemos outra realidade.
Aqui em Iuiutaba uma multidão de pessoas, com rostos carcomidos pelo sol, que maltrata a pele e acentua o envelhecimento, se amontoa nos dias de receber auxílio e outros benefícios e oferece um retrato da realidade do sofrimento da população local. Obrigada a ficar horas no sol, tratados como gado e suportando o mal humor de um ou outro funcionário que já está cansado de explicar a mesma coisa há meses.
Reflexo de um projeto de décadas de desmonte da educação e depois da saúde. Agora, a miséria total. Quando a barriga está vazia não existe possibilidade de pensamento. Aliás, a falta de alimentação leva a demência. É um grande projeto de dominação das massas. Triste e que sempre funcionou em qualquer período histórico.
Mas, esses são os dados. Com um recorde de 13,8%, no trimestre até julho, o desemprego deve demorar ao menos até 2022 para voltar ao patamar de antes da pandemia da covid-19, pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua. Apesar de o País ter aberto 249 mil vagas formais em agosto, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), especialistas estimam que, entre formais e informais, a desocupação seguirá piorando até 2021.
A Pnad Contínua de julho, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra o tamanho da deterioração: em apenas um trimestre, 7,214 milhões de brasileiros perderam o emprego. Em um ano, o total de postos extintos supera os 11,5 milhões. A taxa de desemprego, de 13,8% no trimestre encerrado em julho, ou 13,1 milhões de pessoas, foi a pior desde que a pesquisa foi iniciada, em 2012. No trimestre até julho do ano passado, a taxa era de 11,8%.
Os números sugerem que o País chegou no terceiro trimestre a um cenário que já preocupava os economistas: com o afrouxamento das medidas de isolamento, o brasileiro vai, aos poucos, voltando às ruas para buscar emprego – mas as vagas de trabalho não estão mais lá.
Faltou trabalho para 32,892 milhões, somados todos os subutilizados. A pesquisa, que segue recomendações internacionais, considera desempregado quem buscou uma vaga. Embora a demissão tenha sido massiva, a maioria que perdeu seu emprego caiu na inatividade.