Na manhã de quarta-feira, 3, foi realizada na Câmara Municipal de Ituiutaba, a audiência pública para discutir a viabilidade de implantar o sistema híbrido de retorno às aulas nas escolas municipais, estaduais e particulares. O encontro suscitou discussões bem acaloradas, mas finalmente foi uma excelente oportunidade para mostrar a verdadeira realidade das escolas públicas e sua desestruturação ao longo das décadas.
Problemas que pareciam simples, provaram que precisam ser muito bem estudados e planejados, pois a maioria absoluta das escolas vão precisar de reformas para adequação do que seria necessário para a volta às aulas.
Estruturas antigas, com ventilação, iluminação e pisos impróprios, precisam ser refeitos e adequados. A pandemia e a discussão abriu as veias para a educação que sangra por maiores cuidados.
Banheiros precisam ser refeitos e outros construídos. Será necessário, para um regresso mesmo que híbrido, mais pessoal e uma série de substituições de ítens, como sabonetes líquidos, papel higiênico, copos e pratos descartáveis. A dinâmica com o manejo dos alunos com o uso de máscaras e durante os intervalos são outras questões, entre tantas apontadas.
“Acredito que foi muito proveitosa a discussão, apesar das divergências”, afirmou o presidente da Câmara, Renato Moura. ” Era uma discussão que deveria ser iniciada e a Câmara Municipal não poderia se eximir do seu papel trazer à tona esse debate. Acredito que serão necessárias outros encontros, para construirmos um plano de retorno, inclusive já pensando na imunização de professores e demais profissionais escolares. O que não podíamos era ficarmos parados esperando o vírus sumir.”
mora salientou que ficou muito satisfeito com todos demonstrado seus pensamentos e opiniões. “É para isso que a Câmara Municipal existe, para discutir com a população e com ela encontrar soluções”, disse.
O caminho para um plano de regresso às aulas é longo e vai precisar cumprir com determinações já preconizadas pelo Ministério Público, presente à audiência pública e da Vigilância Sanitária, que terá que vistoriar escola por escola. A secretária de Saúde, Sandra Barbosa, também presente, foi enfática. “É impossível o retorno presencial do alunos dada a elevada contaminação da Covid-19 e acreditamos que fevereito e março enfrentaremos pico da doença”, afirmou.
“O trabalho é minucioso, mas tínhamos que fazer o início da discussão. Hoje sabemos muito mais das nossas escolas do que sabíamos antes”, afirmou o presidente.
As instituições escolares comprometeram em desenvolver um protocolo sanitário, com adequações para receberem os alunos em sala de aula.
O presidente do Poder Legislativo e autor do pedido da audiência pública, Renato Moura, que solicitou, através de uma indicação em reunião ordinária, a vacina contra o Covid-19 para os professores e demais classes de profissionais, disse que será encaminhado uma ata para o Poder Executivo com os pontos positivos e negativos que foram explanados durante a audiência pública. “Foi um momento democrático e de grande valia. Cada um defendeu o que acredita que seja melhor para a educação do corpo discente. A Câmara Municipal não medirá esforços para colaborar com o que for benéfico, podendo também promover novas audiências públicas para discutir sobre o assunto”, afirmou.
A audiência contou com a participação de vereadores e a representatividade do Ministério Público, instituições escolares, secretarias municipais de Educação, Saúde e Desenvolvimento Social, entidades de classe ligadas a educação e transporte escolar, CREAS, Conselho Tutelar, empresários e pais de alunos.
A mesa de autoridades ficou composta pelo presidente da Casa de Leis, Renato Moura; pela secretária de Saúde, Sandra Barbosa; pela secretária de Educação, Joelma Almeida; e pela promotora de Justiça da Infância e da Juventude da Comarca de Ituiutaba, Ana Paula.