Ituiutaba, sábado, 23 de novembro de 2024
Publicado por Vigilante do Povo em 27/08/2020 às 17:55
Uberlândia voltou a registrar saldo negativo na geração de empregos formais. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), compilados pelo Centro de Estudos, Pesquisas e Projetos Econômico-sociais (CEPES) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), o município fechou o mês de julho com um déficit (diferença entre admissão e contratação) de 144 vagas e contabilizou 6.232 demissões. No acumulado dos últimos sete meses, o resultado também permanece negativo, com 4.580 postos de trabalho fechados.
A queda foi impulsionada pelo setor da Agropecuária, que registrou saldo negativo de 77 vagas, e principalmente pelo segmento de Serviços, com um decréscimo de 537 no saldo de geração de empregos. De acordo com a economista Alanna Santos, o ramo de Serviços pode ser considerado um dos mais impactados pela pandemia.
“O que mais contribuiu para o saldo negativo de julho foi o setor de serviços, que demitiu mais de 500 pessoas na cidade. A queda está relacionada principalmente com atividades de teleatendimento, educação e alojamento que continuam sofrendo com a pandemia, além de cultura, esporte e recreação”, destacou.
Por outro lado, os setores de Comércio, Construção Civil e Indústria registraram saldo positivo no último mês, com 249, 110 e 81 novos postos de trabalho, respectivamente. Segundo a avaliação da especialista ouvida pelo Diário, no acumulado do ano, a Indústria vem se destacando em Uberlândia, diferente do cenário encontrado em Minas e no Brasil. Enquanto a cidade gerou 461 postos no segmento, de janeiro a julho, Minas e Brasil tiveram queda de 23.485 e 197.543, respectivamente.
“Uberlândia está em uma situação totalmente oposta na Indústria e o que mais gerou emprego foram segmentos relacionados à produção de fumo, gêneros alimentícios e bebidas. Também tiveram destaque por conta da pandemia a fabricação de produtos químicos como sabão, detergente, produtos de limpeza e higiene”, afirmou.
MINAS
Em Minas Gerais, o saldo na geração de empregos foi positivo. De acordo com o CAGED, o estado fechou o mês de julho com 15.843 novas vagas. A Indústria teve destaque com a geração de 5.676 postos, seguida pelo setor de Construção, Comércio e Agropecuária, com 5.205, 2.995 e 2.136 vagas, respectivamente.
No acumulado dos últimos sete meses, no entanto, o estado ainda não saiu do negativo e segue com um saldo de menos 102.243 postos de trabalho. Somente o setor de Serviços responde por quase 48 mil demissões em Minas, seguido pelo ramo de Comércio e Indústria, com 46.439 e 23.485 desligamentos, respectivamente.
BRASIL
Em julho, o Brasil também apresentou resultado positivo de mais de 131 mil novas vagas. O crescimento foi impulsionado principalmente pelo setor da Indústria, com 53.590 novas ofertas de emprego. O segmento, no entanto, vem de uma queda de quatro meses seguidos e, apesar da recuperação, ainda apresenta saldo negativo de quase 198 mil.
Comércio, Construção e Indústria também tiveram saldo otimista na geração de emprego, assim como a Agropecuária. Mas, o setor de Serviços, assim como em Minas, segue em decréscimo, com menos 15.948 postos fechados. No acumulado do ano, são mais de 536 mil demissões somente neste setor.