Ituiutaba, sábado, 23 de novembro de 2024

Só queria de presente esperança de que tudo isso vai mudar

Publicado por Vigilante do Povo em 17/01/2020 às 17:05

Então, é Natal. E eu fiquei um tempo longe das redes sociais e da página do Vigilante do Povo. Um tempo sabático pequenininho, para renovar os pensamentos.

Mesmo assim não significou que deixei de olhar para minha cidade e sinceramente estou cada dia mais surpresa com o descuido com a minha amada Ituiutaba.

As chuvas intensas, naturais nesta época do ano, assim como o sol forte que se segue. É o verão. Tempo necessário para fortalecer a planta que alimenta e a que serve de abrigo para nosso inimigo de décadas, o mosquito Aedes aegypti.

Estamos chocando com eles em casa e nas ruas da cidade. Eu sou alérgica, muito alérgica, a esses insetos, mas estamos deixando de CUIDAR DE ITUIUTABA.

Isso serve para todo mundo. Lixo no chão, terrenos baldios, lixões improvisados e a falta de capina nos canteiros das praças e avenidas. Vi estupefata uma criança com mais ou menos seis anos chutar um copo de milk shake que estava na calçada (já tinha passado por ali um mal-educado) para a enxurrada, pelo prazer de vê-lo cair na boca-de-lobo.

Na sua zero consciência ambiental, e da avó que estava com ela, e do anterior que acha que a rua pertence somente a ele, portanto, pode fazer dela uma extensão do lixão em que deve viver. Tudo estava bem. Ninguém achou estranho, reprovou ou percebeu.

Em pleno século 21 não ensinamos nossas crianças a cuidar da cidade em que vivem!

O que traz a indignação é que depois vêm enchentes e carros rodam, pessoas têm casas invadidas pela enxurrada, a infestação de mosquitos aumenta e outras doenças, e todos bradam por uma solução. Culpam o governo ( que é culpado mesmo, no conluio com o povo) e não se dão conta que essa lambança toda começa com o simples copo de milk shake atirada na sarjeta.

O governo não faz sua parte, tão simples e de tão simples ficou complicada. Uma cidade como Ituiutaba deveria estar cheia de flores, jardins e limpa. Também deveria ser prioridade isso. Mas, nunca foi. Os governos não cuidam e, se a gente gosta, claro que a gente NÃO cuida.

Além dos alagamentos vem a dengue, a zika e a chikungunya. Segundo o Google, são doenças causadas por um vírus, transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti, nosso velho conhecido. A dengue pode ser adquirida mais de uma vez, o que aumenta o risco de contrair as formas graves da doença.

Nunca venceremos esse inseto, que atravessou o Atlântico, e é um dos responsáveis pelas filas enormes no Pronto Socorro, que não dá conta da demanda de infectados. E aí surgem os candidatos doidos de plantão que ficam complicando o atendimento e que não fazem nada, pois são tão idiotas quanto todo o sistema que nos rodeia.

Essas doenças estão relacionadas sempre a uma única coisa: SUJEIRA.

SUJEIRA provocada pelo povo e não combatida pelos governos.

Lixo como da pequena que não sabe da gravidade de seu gesto ao chutar o copo de milk shake para a enxurrada. Não ensinamos nada para nossas futuras gerações. Vamos entregar um País doente e ainda lutando com doenças que já deveriam estar exterminadas.

Precisamos cuidar de Ituiutaba. É só um pedacinho de Brasil, encrustada no “nariz” de Minas Gerais. Mas é a nossa casa. E cuidar é mais do que um gesto. CUIDAR é preservar, guardar, conservar, apoiar, tomar conta.

“O cuidado implica ajudar os outros, tentar promover o seu bem-estar e evitar que sofram de algum mal.”

Governo e povo estão longe de entender que não se vive sozinho no mundo.

E que ser pobre é mais que falta de dinheiro. É consciência em CUIDAR.

Ensinar que não se joga lixo no chão e fazer a obrigação constitucional de fazer o saneamento básico, retirar famílias de situação de risco e manter a cidade com um aspecto de otimismo, mesmo em tempos de grandes mudanças. Tamanha miserabilidade e gigantescas diferenças sociais.

Neste Natal de 2019, só queria ganhar de presente ESPERANÇA, que isso vai mudar.

Por Geiza Ardila