Ituiutaba, sábado, 23 de novembro de 2024

Covid-19: Festas clandestinas são costumeiras e ninguém faz nada. No lago, a situação é de envergonhar com drogas, bebidas e aglomeração

Publicado por Vigilante do Povo em 03/07/2020 às 15:27

Por Geiza Ardila

As festas clandestinas nos locais como o Lago Camilo Chaves Neto e nas casas dos bairros mais afastados, como Drummond e Cidade Jardim, nunca pararam de ocorrer, mesmo com todos os decretos existentes. Relatos de policiais ao Vigilante do Povo, eles já foram acionados para acabar com as “reuniãozinhas” apinhadas de gente sem máscaras e bêbadas, entorpecidas e lotando as casas, jardins. A música alta colabora para que as pessoas falem mais alto e sem nenhum distanciamento uma das outras aumentam a possibilidade do contágio por Covid-19, além de outras doenças. Um verdadeiro paraíso para vírus de todos os tipos.

O contingente policial colocado nas ruas da cidade é ridículo e simplesmente não dá conta de atender a tantas chamadas por perturbação de sossego, causado pelas festas particulares, ou bares. Ocorre também que nem sempre a população sequer é atendida, como já relato por este jornal.

Mas, as reuniões no lago, que nem água tem e tornou-se um local abandonado pela administração pública, é onde o absurdo é maior e as medidas para terminar com essas festas. Isso sim pode diminuir muito o contágio e a cidade conseguir um controle maior da doença, que vem crescendo exponencialmente. Mais de 100 pessoas contaminadas não reflete a realidade. Mas aumentou, pois aumentaram também os testes. Só na área de saúde é assustador o número de funcionários contaminados e que estavam assintomáticos. a tendência é aumentar. Se não testar, os números reais ficam camuflados e as mortes ou internações são atribuídas a tudo, menos à Covid-19.

Os comerciantes deveriam ajudar a derrubar essas festas. As aglomerações são assustadores, em tempos que se vê mortos empilhados caminhões frigoríficos, pois não cabem nos necrotérios. Exemplo de Manaus e Rio de Janeiro. Tem gente morrendo em casa. o vírus é altamente contagioso, mas como não pode ser visto, é como se tudo estivesse como antes. Só que não está. É óbvio que percebemos o aumento de mortes, mas não existe um trabalho na cidade para o levantamento por morte por síndrome de aguda respiratória, pneumonia e gripe, ou mesmo dengue, cujos os sintomas iniciais são muito parecidos com a da Covid-19.

No entanto, o que não falta é comerciante reclamando que está perdendo dinheiro e diminuindo funcionários com as medidas de restrição ao público. Bares e restaurantes estavam realmente abusando e, irresponsavelmente, não conseguiam manter seu público nos eixos. A coisa mais complicada é mandar embora gente bebendo álcool depois que lotou o local. Perde-se o controle. Os botequins localizados nos bairros são piores ainda.  Funcionam sem qualquer medida de proteção, como se nada estivesse acontecendo na saúde pública. Em Ituiutaba, as pessoas estão em estado de negação da doença.

Se os empresários não aceitam que o mundo enfrenta uma pandemia, que não é uma escolha, pois ela existe e pronto e está aqui, no ar de toda a cidade, fica complicado conscientizar uma população que não deseja aceitar que a Covid-19 existe, contamina muito rápido e pode matar, além de deixar sequelas.

Quirinópolis, em Goiás, decretou o fechamento total de todo comércio nos finais de semana, pois o número de casos da doença disparou. Santa Vitória está na mesma situação. Lá 330 pessoas são suspeitas da doença, mas como a testagem é pouca apenas 25 casos foram confirmados e 5 pessoas internadas. Os casos graves são encaminhados para Ituiutaba.

Essa é uma grande preocupação com a doença. Ituiutaba é referência para região do Pontal e a recomendação dos órgãos de saúde é que pacientes que necessitam de UTI sejam encaminhados para cá, inclusive até mesmo Uberlândia poderá fazer isso, pois o sistema de saúde pública e privado de Uberlândia saturou.

Como no Brasil inteiro, a negação é o maior problema da cidade. Os mais jovens não acreditam na doença. Como não vieram corpos, mortes ou doentes ficam com o sentimento que isso não atingirá. “Pega nada”, “Já viu um corpo”, “Não vi um morto por esse vírus”, “Isso não me pega” e uma coleção de frases usadas com justificativas idiotas por aqueles que querem um tempo que não existe e não existirá por um tempo. Não é culpa de ninguém a existência do vírus. Mas a sua propagação é culpa de cada um que ainda nega a sua existência.

Haverá impacto muito maior se as pessoas não seguirem as regras. E elas existem por uma razão muito séria. O mundo mudou e temos que adaptar. Infelizmente, muitos sofrerão mais que outros. Mas, a história está aí e prova que todas as grandes mudanças, sejam por peste ou por novas tecnologias, coisas, instrumentos e profissões desaparecem. Infelizmente, não queria contar para ninguém, mas a Terra gira, é redona e está em constante movimento.