Ituiutaba, sábado, 23 de novembro de 2024

WhatsiApp: A terra digital sem lei, sem ordem, sem moral e sem escrúpulos, inundada de  meias verdades, show de mentiras e tudo isso de graça

Publicado por Vigilante do Povo em 18/05/2024 às 10:03

Sim, o nome “WhatsApp” é um trocadilho com a frase inglesa “What’s Up” (Tudo bem?). É democrático. É facilitador. É para todos. Mas todos os benefícios são suplantados por transformar o aplicativo em um porta-voz da mentira. É perigoso. É sujo. É terra morta da verdade.

 

Fui fazer um levantamento sobre o whatsApp e agora sei uma informação importante para compreender o motivo por ser a ferramenta mais popular e usada no Brasil: é de gratuito! Só gasta com dados móveis, se tem um custo. Nasceu praticamente com o Facebook, que continua a abrigar a rede social mais usada pelos brasileiros, em 2009. Hoje, dependendo de qual empresa de pesquisa, a média é que mais de 98% dos brasileiros usam o whatsApp, ou o Zap. Aqui é Brasil e quase tudo tem apelido carinho.

O Brasil é o país do WhatsApp. Embora não seja a nação com o maior número de usuários do aplicativo —está atrás da Índia e da Indonésia—, é o país que mais envia mensagens de áudio no mundo, quatro vezes mais do que qualquer outro, e dispara a maior quantidade de mensagens de texto e de conversas que desaparecem.

E Ituiutaba não é só a cidade de “Zap”. É usuária, viciada e dependente do aplicativo. Recentemente, o uso está descontrolado. É ano político e virou o paraíso para espalhar mentiras, meias verdades e desinformar.

Os usuários acordam todos dias nos principais grupos:

– O que vamos fazer hoje?

– Falar mal de alguém e da prefeita e do Janones. Dominar o mundo!

Nem esta jornalista escapa das garras da vassalagem financiada ou não pelos fidalgos que querem voltar ao poder. Tão miseráveis quanto eu. Mas se sentem importantes só por um agrado qualquer. Em política, há um nicho de pessoas carentes, de baixa autoestima e que são usadas para p deleite da fidalguia local.

Porém, exalam carne pútrida. Um mal cheiro domina todas as vezes que se abre um grupo de discussão política. Os cadáveres estão expostos e as sepulturas abertas.

Sai de tudo. Claro, a oposição à atual prefeita Leandra Guedes são os principais debatedores. Ali contam uma meia mentira (nem é meia verdade) e basta para abrir a torneira e o chorume descer. Tem até vereador que se diz situação na parada. Até eu já caí lá dentro. Já entrei em discussão sem futuro ou simplesmente brinquei com os áudios, “tirando com a cara dos incautos”. Mas incautos perigosos. A sensação que vem depois é depressão. Por mais engraçado o comentário, é infinita a inutilidade.

Num grupo de whatsApp de Ituiutaba tem “especialista” para tudo. Tem “médicos”, “advogados”, “socorrista”, “prefeitáveis”, “inventores”, que desfilam suas opiniões sobre qualquer coisa. Exatamente. E ao final, tudo é culpa do Janones e da Leandra. Incrível.

Sim!

A situação não deu conta de criar um oponente à altura e aí os companheiros e os que fingem ser companheiros deitam e rola junto com a oposição. A plataforma é de graça, mas as opiniões ou comentários por vezes são financiados. Um cemitério com cadáveres expostos. Às vezes assusta com o show de horrores. Morre alguém em um acidente e é suficiente para todo tipo de comentário sair. Aí é a carnificina. E se tiver um jeito de embutir, é culpa do Janones e da Leandra.

Outro dia desapareceram com um corpo, discutiram se o defunto tinha plano funerário e quase iniciaram uma “vaquinha” para um procedimento de tanatopraxia (se não sabe o que é, Google). Até a família pediu respeito. E se recolhem às covas. Por pouco tempo.

Fede. Isso mesmo. Os grupos de whatsApp mostram a extensão de como é a política atual aqui e no Brasil. Quase fez um estrago na remessa de doações para a tragédia do Rio Grande do Sul. Em Ituiutaba, o tema recorrente é a unidade básica de saúde, que chamam de pronto socorro. Armam até uma “invasão noturna”, incentivada por uma vereadora! Esta não vai, mas outros vão. O que encontram: um pronto socorro vazio.

Insano? Não, Ituiutaba do whatsApp. Não é privilégio daqui. Outros grupos chegam a ser piores em nível nacional e em outras cidades. Ali desfilam um cemitério mal cuidado. Mas, aqui o coveiro é de verdade.

Enterram em cova rasa a Língua Portuguesa. Um socorrista com apelido de vegetal não para de apunhalar do peito dessa coitada com um constante “a gente vamos”. Deus! O punhal do analfabetismo fere a língua mãe a cada post ou mensagem de voz. Para onde “a gente vamos”? Para o abismo do fracasso da educação. E a pessoa usa toda entonação quase protocolar: “A gente vamos, positivo”.

Não. A ideia da palavra “gente” pode ser coletiva, no entanto, GENTE é substantivo simples, singular e não “vamos” – “vai”. Positivo?

Não há salvação na vida dentro do whatsApp. 96,4% das pessoas que usam Internet no Brasil estão no WhatsApp. Por mês, os brasileiros passam, em média, 29,2 horas no WhatsApp. O “zap” também oferece uma das características mais utilizadas do aplicativo: as ligações em áudio ou videochamadas gratuitamente, apenas com conexão à internet.

Os usuários também podem iniciar ou ingressar em chamadas em grupo – e até mesmo bloquear ligações automaticamente, configurando as preferências da conta.

A principal é que supostamente acreditam ser de graça. Nada mais combina com o Brasil do que esse aplicativo. O país é o terceiro maior usuário no mundo.

Com seu sistema de mensagem por áudio, até os analfabetos utilizam. Conheço alguns adultos na cidade que estão nessa condição.

É democrático. É facilitador. É para todos. Mas todos os benefícios são suplantados por transformar o aplicativo em um porta-voz da mentira. É perigoso. É sujo. É terra morta da verdade.

No mundo do “zap” tudo é relativizado ou recontado. Não existem regras.

Um cemitério com covas abertas. Um espaço maravilhoso para os carcarás, plainando sobre a carniça, a espera do momento exato para se alimentarem.

E são vorazes. Todo cuidado é pouco, às vezes nem esperam a vítima morrer. Provocam a doença e ainda se alimentam dela em vida.